domingo, 21 de novembro de 2010

A compartimentalização dos saberes


Visitando o Rooda, mais especificamente a interdisciplina de Didática, Planejamento e Avaliação, busquei um trecho da atividade que traz a questão do currículo integrado:
Temos que ter bem claro que o conhecimento não é algo fragmentado e, portanto o currículo também não pode ser. É de importância fundamental fazer com que o aluno estabeleça relações que o levem a compreender e a iniciar suas pesquisas para melhor entendimento do conteúdo, explorando o conhecimento de forma autônoma.
Maturana e Morim advertem sobre os perigos da fragmentação do saber, pois isso levará ao impedimento do conhecimento das relações mútuas.
Santomé também diz que os professores e professoras de “antigamente” ocupavam-se mais de serem obedecidos, de seguir um determinado ritmo nas tarefas a realizar, de propiciar uma memorização de dados quase nunca bem compreendidos; enquanto isso, os alunos geravam estratégias para recordar dados e conceitos que para eles não tinham qualquer significação; portanto, preocupavam-se mais com manter as aparências: apresentar exercícios caprichados, acabar a tempo, não falar sem permissão, manter a ordem nas filas etc. O menos importante eram os processos de reconstrução cultural que deviam ocorrer nas salas de aula. Na verdade, o que realmente importava eram as notas escolares, que representavam a mesma coisa que os salários para os operários e operárias.
O saber fragmentado é sem dúvida, o ensino mais comum em nosso sistema escolar, o que faz com que os educandos passem a acumular em suas mentes uma " sobrecarga de fragmentos" sem conexão, baseados na repetição.
Segundo Santomé se a escola trabalhar conteúdos relevantes, abordar conteúdos que são objetos de atenção em várias áreas de conhecimentos, estimular a análise de problemas concreto e reais terá consequentemente pessoas inovadoras e criativas.
Sabe-se que no currículo formal/tradicional, a educação escolar ainda hoje se constitui basicamente de um processo de transmissão de conhecimentos e de inclusão de valores socialmente aceitos. (Atividade em dupla realizada pelas alunas Silvana Martinez e Elaine Oliveira em 28/09/09)
Pergunta-se então: Se sabemos que o ensino fragmentado é "prejudicial" por que a organização curricular do ensino ainda segue um padrão dividido em disciplinas com realidades estanques, sem interconexão alguma? (Sílvio Gallo, 1994)

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
GALLO, Sílvio (1994). Educação e Interdisciplinaridade; Revista de Educação nº 1. Campinas: SINPRO.

SANTOMÉ, Jurjo Torres. As origens da modalidade de currículo integrado. In:______. Globalização e interdisciplinaridade: o currículo integrado. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998, p.9-23.

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